Freguesia de Selho S. Jorge

Freguesia de Selho S. Jorge

A nossa identidade, o nosso futuro!

A freguesia de Selho S. Jorge, também denominada de “Pevidém”, nascida para a história no séc. XIII, vila desde 1995, localiza-se na região do Noroeste de Portugal Continental, entre o rio Ave e o seu afluente o rio Selho, e dista 6 quilómetros para oeste da cidade de Guimarães, a sua sede de concelho.

A vila caracteriza-se por uma área predominantemente urbana (A.P.U., I.N.E., 2014), a qual é intercalada por vários espaços verdes, que se estendem por montes e vales, incluindo as zonas ribeirinhas dos rios Selho e Ave.

Reconhecer a “Pevidém”, importante legado industrial, implica conhecer uma parte desafiante, mas nem por isso, menos relevante da sua história. O capital histórico- industrial é um elemento diferenciador, que aporta distinção, prestígio, relevância, notoriedade e assenta numa riqueza que poucos territórios se podem orgulhar de deter.

Com empresas que são referência nacional e internacional no sector têxtil, marca indelével de “Pevidém”, notável ponto de dinamismo empresarial e que se vem diversificando a outros sectores, funciona como polo de atração das freguesias circunvizinhas, no emprego, nos serviços e no comércio local.

Terra de cultura e tradições, é também, terra do “Carnaval de Pevidém”, da “Expo – Pevidém”, e de tantas outras manifestações tradicionais e religiosas, com destaque para a dinâmica associativa que, da música ao teatro e ao desporto, prestigiam esta vila pelo país e pelo mundo.

Vila que reúne boas condições para viver, muito para explorar e desfrutar, sendo a gastronomia um dos principais produtos turísticos e importante cartão-de-visita. Receitas e sabores que passam de geração em geração são servidos à mesa em espaços que guardam a hospitalidade dos Pevidenses.

O passado e a história de “Pevidém” reforçam, uma marca identitária, que cruza gerações e que “Pevidém” continua a fazê-lo de forma crítica, criativa e interligada com toda a comunidade.  È neste palco, entre a história e o presente, que é (re) construída a memória coletiva que faz de “Pevidém” uma vila com futuro!

História

Os vestígios históricos sobre a origem do povoamento deste território levam-nos ao Neolítico, mais propriamente a vestígios arqueológicos de um castro no monte da Santa na freguesia de Selho S. Jorge. Ali se encontram vestígios de muralhas e outras fortificações, muito embora grande parte das pedras que a formaram tenham sido empregues a erguer paredes de muitas casas da freguesia. Neste monte foram encontrados machados de pedra polida característicos do Neolítico, que hoje estão guardados no Museu da Sociedade Martins Sarmento.

As Inquirições de 1290 na “freguesya de Sam Jorge” dizem que esta “é toda devassa, salvo quanto jaz aí de Varziela, que é da freguesia de Negrelos” (hoje, Paraíso), situação que D. Dinis respeitou. As Inquirições de 1301 chamam S. Jurge de Negrelos a esta freguesia de Selho S. Jorge: “freguesia de San Jorge de Negrelos”, pela vizinhança de Negrelos (ora Paraíso). As de 1308 assinalam “na freguesia de Sam Jurgo de Amtre Ave e Selho, várias perdas abusivas de direitos reais, na Quintãa, em Sainhas, em Arravaldi”, correspondendo aos atuais Lugares de Quintão e Arrabalde (Extrato da “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”).

A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira informa que a freguesia do Paraíso foi anexada à de Selho S. Jorge para efeitos administrativos em 11 de Maio de 1888 e para todos os efeitos em 27 de Fevereiro de 1902. Estas informações só poderão dizer respeito a S. Miguel do Paraíso como entidade político – administrativa (autarquia) e não como unidade religiosa (paróquia), pois teve sempre pároco próprio até 1916, quando a assistência religiosa passou para o pároco de Gondar e depois para o de S. Jorge de Selho desde 1927.

O mais recente topónimo da freguesia é o de Pevidém, que terá passado a identificar não só a freguesia como toda uma alargada área em redor. Esta denominação que se julga vir do século XIX e que associa o nome de um casal outrora importante na freguesia – a Casa do Pevidém, da família Araújo Salgado – a uma história que remonta à época da ocupação castelhana do país. A importância do referido casal no tecido social da freguesia foi fator determinante para a propagação da denominação Pevidém.

A configuração social da freguesia é marcada desde meados do século XX pela atividade de produção industrial de tecidos. Numa primeira fase, uma tal atividade prolongava a tradição local de cultivo, fiação e tecelagem do linho, que tinha a zona de Guimarães como centro, quase desde a formação da nacionalidade. Normalmente o trabalho era em regime caseiro, desenvolvendo-se, posteriormente, o trabalho de fiação e tecelagem do algodão, principalmente entre os anos de 1884 e 1923, período em que se registou um desenvolvimento muito significativo da indústria têxtil algodoeira. Enquanto desapareciam as tecedeiras e a tecelagem do linho, a indústria de tecidos de algodão e linho, a tinturaria, a fiação e a tecelagem de malha de algodão, mais baratos e leves, invadiam os mercados.

Data da década de 1880 a criação, por uma geração pioneira de empresários locais, das primeiras tecelagens na freguesia, em pequenas oficinas e aproveitando a energia hidráulica localmente, verificando-se em 1908 a primeira industrialização da fiação do algodão com a montagem de 720 funções na Fábrica do Moinho do Buraco. A “indústria mecânica” aqui concentrada, desde muito cedo, orienta-se para a exportação, dando origem a uma configuração territorialmente diferente, com uma concentração da produção em fábricas dotadas de grandes instalações. Progressivamente, as fábricas vão ocupando o lugar que os campos de cultivo tinham na paisagem e não obstante ser ainda hoje possível encontrar algumas manchas agrícolas em pleno interior da freguesia, são as coberturas ovais e as chaminés fabris ao alto que constituem as marcas mais impressivas da mesma paisagem.

O crescimento da indústria têxtil criou milhares de postos de trabalho, milhares de pessoas tornaram-se obreiros da grande gesta fabril de Pevidém. Ao longo dos tempos assistiu-se a períodos áureos da indústria têxtil, com destaque para as décadas de sessenta e setenta (meados), mas também se registaram fortes crises. São conhecidas as crises dos anos oitenta e noventa que atiraram muitas empresas para a falência e consequente diminuição de postos de trabalho e aumento do desemprego.

A história de Pevidém está associada a figuras ilustres do passado, como Francisco Inácio da Cunha Guimarães, Albano Martins Coelho Lima, D. Guilherme Augusto, Bispo de Angra, Padre José Gonçalves, Doutor Manuel José Teixeira de Melo, João de Castro e João Pereira Fernandes. Estas personalidades foram determinantes para o desenvolvimento local, ao nível do crescimento da indústria têxtil, mas não só, e fizeram da freguesia um território de referência, daí que sejam merecedoras de figurar na toponímia local, dando nome a várias praças e ruas de Pevidém.

No passado recente, o tecido económico tem-se alterado e diversificado a outros setores de atividade. Proliferam novas empresas alternativas e complementares ao setor têxtil. Instalam-se, maioritariamente em parques industriais e importantes unidades prestadoras de comércio e serviços.

Brasão

Elementos e Simbologia

Escudo de prata, monte de vermelho semeado de espigas de trigo de ouro, movente de campanha diminuta ondada de prata e azul de três tiras. Em chefe, dragão azul, armado e lampassado de vermelho, atravessado de uma lança do mesmo. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: «Selho S. Jorge», a negro.

O cômoro vermelho representa um cabeço existente na Freguesia denominado “Monte da Santa”, ao qual está associado uma lenda. Os dois rios ondados simbolizam os rios Ave e o seu afluente o Selho, entre os quais está situada a Freguesia. As espigas simbolizam a tradição agrícola. O dragão está relacionado com o orago da Freguesia, Selho S. Jorge, que terá travado um combate e ferido de morte o animal representado.

Bandeira

Hastear em Edifícios


Bandeira (2×3)

Estandarte para Cerimónias e Cortejos


Esquartelada de azul e branco. Cordão e borlas de
prata e azul. Haste e lança de ouro!
Bandeira (1×1)

Demográficos

 

Evolução da população residente entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Taxa de variação (%) da população entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Densidade da população entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

População residente segundo os grupos etários entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Índice envelhecimento entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Índice de dependência idoso entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Índice de dependência jovem entre 1991 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).

 

Socioeconómicos

 

População residente por níveis de ensino

Fonte: Elaboração própria com base nos XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XV e XVI Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2012, 2022).

 

Taxa de desemprego em 2001 e em 2011

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV, XV e XVI Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIV e XV Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2002, 2012)

 

Taxa de analfabetismo entre 1991 e 2011

Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV e XV Recenseamentos Gerais da População doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012).
Fonte: Elaboração própria com base nos XIII, XIV e XV Recenseamentos Gerais da População do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.,1993, 2002, 2012).

 

Urbanísticos

 

Número de edifícios em Selho S. Jorge entre 2001 e 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos IV, V e VI Recenseamentos Gerais da habitação doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos IV, V e VI Recenseamentos Gerais da habitação do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2002, 2012, 2022).

 

Número de edifícios por época de construção em 2021

Fonte: Elaboração própria com base nos IV, V e VI Recenseamentos Gerais da habitação doInstituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2002, 2012, 2022).
Fonte: Elaboração própria com base nos IV, V e VI Recenseamentos Gerais da habitação do Instituto Nacional de Estatística (I.N.E., 2002, 2012, 2022).

Localização Geográfica

Com uma localização privilegiada na região do Noroeste de Portugal Continental, entre o Porto e a Galiza (Espanha), a vila de Pevidém, freguesia de Selho S. Jorge, município de Guimarães, é a porta de entrada do Minho para quem vem do Sul, e a última referência do Minho para quem vem do Norte de Portugal e Galiza (Espanha). A sua excelente localização motivou a passagem e fixação de povos e civilizações que deixaram marcas das suas riquezas e culturas no território até aos dias de hoje.

Fonte: Junta de Freguesia Selho S. Jorge baseado na C.A.O.P. 2020
(Carta Administrativa Oficial de Portugal) e da TIPAU do I.N.E. 2014.

 

Selho S. Jorge é uma freguesia do município de Guimarães localizada na N.U.T.S. III Ave que ocupa uma área de 5,20 Km2. Está situada entre o rio Ave e o seu afluente o Selho, e dista 6 quilómetros da sede do concelho. Tem como áreas limítrofes as freguesias de Brito (a Norte), de Silvares (a Noroeste), de S. Martinho de Candoso (a Este), de S. Cristóvão de Selho (a Sudeste), de Gondar (a Sul) e de Ronfe (a Oeste).

Fonte: Junta de Freguesia Selho S. Jorge baseado na C.A.O.P. 2020
(Carta Administrativa Oficial de Portugal) e da TIPAU do I.N.E. 2014.